segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

FRASES DE PAULO FREIRE - EDUCAÇÃO


“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.”
Paulo Freire

“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.”
Paulo Freire

“Não há vida sem correção, sem retificação.”
Paulo Freire

“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.”
Paulo Freire

“Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade.”
Paulo Freire

“Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes.”
Paulo Freire

“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”
Paulo Freire

“Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante!”
Paulo Freire

“A Educação qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática.”
Paulo Freire

“A Educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda.”
Paulo Freire

“Me movo como educador, porque, primeiro, me movo como gente.”
Paulo Freire

“Onde quer que haja mulheres e homens, há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar, há sempre o que aprender.”
Paulo Freire

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

EDUCAÇÃO E POLÍTICA

“As chamadas minorias, por exemplo, precisam reconhecer que, no fundo, elas são a maioria. O caminho para assumir-se como maioria está em trabalhar as semelhanças entre si e não só as diferenças e assim criar a unidade na diversidade, fora da qual não vejo como aperfeiçoar-se e até como construir-se uma democracia substantiva, radical.”
(Freire, Paulo. Pedagogia da esperança. Paz e Terra, 1992).

Cidadão significa "indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado" e cidadania "tem que ver com a condição de cidadão, quer dizer, com o uso dos direitos e o direito de ter deveres de cidadão". É assim que Paulo Freire entende,"a alfabetização como formação da cidadania" e como "formadora da cidadania". (FREIRE, Paulo. Política e Educação, Cortez, 1993.)
De maneira ampla e diversificada, as idéias de Paulo Freire alcançam as áreas da economia, das ciências sociais, da física, da química, da psicologia, da política, entre outras. Constrói a cidadania para cada um e para todos.

“Um desses sonhos para que lutar, sonho possível mas cuja concretização demanda coerência, valor, tenacidade, senso de justiça, força para brigar, de todas e de todos os que a ele se entreguem, é o sonho por um mundo menos feio, em que as desigualdades diminuam, em que as discriminações de raça, de sexo, de classe sejam sinais de vergonha e não de afirmação orgulhosa ou de lamentação puramente cavilosa. No fundo, é um sonho sem cuja realização a democracia de que tanto falamos, sobretudo hoje, é uma farsa.”
(FREIRE, Paulo. Política e Educação, 2001.)

 “A cidadania é uma invenção coletiva. Cidadania é uma forma de visão do mundo”.
(Paulo Freire)
Desde o começo da prática pedagógica, Paulo Freire optou por uma pedagogia política centrada na liberdade e na autonomia das pessoas, propondo a politização da educação.
Ao avaliar que o processo do conhecimento acontece quando o indivíduo, é estimulado a refletir sobre os seus problemas na vida cotidiana, o trabalho pedagógico político de Paulo Freire segue para o homem excluído das ações políticas e julgado pelos poderosos como incapaz de definir sua existência.
Juntando educação e política em seu trabalho de acompanhamento pedagógico de pessoas iletradas em várias partes do mundo, Paulo Freire motivou para à reconquista dos seus direitos, da voz, da leitura e da escrita .Educação e política para Paulo Freire é assumir o comando dos deus processos de existência liberta e progressista.





Dizer a Palavra e Transformar o Mundo


“Fui alfabetizado (...) com palavras do meu mundo, não do mundo maior dos meus pais. (...) Já homem, eu proponho isso! Ao nível da alfabetização de adultos, por exemplo.”
(in Sobre Educação - Freire, P. e Guimarães, S. 1982 p.14-15).


Seu pensamento inspirou-se no personalismo de Emmanuel Mounier, bem como no existencialismo, na fenomenologia e no marxismo. Soube assimilar elementos fundamentais para incluí-los na sua concepção pedagógica.
Os textos de Paulo Freire unem correntes diferentes do humanismo e marxismo, fazendo com que um público mais numeroso tenha acesso à sua obra.

A escritora Rosiska Darcy de Oliveira e Pierre Dominicé observam que o pensamento de Freire corre o risco de servir a cada leitor segundo seus interesses.
A pedagogia de Paulo Freire foi  revestida de uma expressão universal, suas teorias se enriqueceram com as mais variadas experiências de grande parte do mundo.
Paulo Freire esteve em vários países da Europa, África, Ásia, América Latina, Estados Unidos e Canadá, aplicando seu método, promovendo consciência, libertação e transformação.


“O homem não pode participar ativamente na história, na sociedade, na transformação da realidade se não for ajudado a tomar consciência da realidade e da sua própria capacidade para a transformar. (...) Ninguém luta contra forças que não entende, cuja importância não meça, cujas formas e contornos não discirna; (...) Isto é verdade se se refere às forças da natureza (...) isto também é assim nas forças sociais (...). A realidade não pode ser modificada senão quando o homem descobre que é modificável e que ele o pode fazer.“
(FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987).


“A educação como prática de liberdade, ao contrário daquela que é prática de dominação, implica na negação do homem abstrato, isolado, solto, desligado no mundo, assim também na negação do mundo como uma realidade ausente nos homens.”
(Paulo Freire, Educação como prática da liberdade).

Cronologia

1921
Paulo Freire nasce em Recife, no dia 19 de setembro.

1927
Entra, já alfabetizado, para a escolinha particular da professora Eunice Vasconcelos.

1931
Mudança para Jaboatão dos Guararapes/PE.

1934
Morte do pai quando Paulo tinha 13 anos.

1937 a 1942
Cursa o Ensino Secundário no Colégio Osvaldo Cruz, do Recife, onde teve seu primeiro emprego, tornando-se, em 1942, professor de língua portuguesa do mesmo.

1943
Ingressa na Faculdade de Direito do Recife.

1947
Forma-se Bacharel em Direito.

1944
Casa-se com Elza Maia Costa de Oliveira.

1947
Assume a Diretoria da Divisão de Educação e Cultura, do Sesi-Pernambuco.



1952
Nomeado Professor Catedrático da Faculdade de Belas Artes, da Universidade do Recife.

1954
Foi nomeado Diretor Superintendente do Departamento Regional de Pernambuco do SESI-PE, cargo que ocupou até outubro de 1956.

1960
Defende tese e obtém o título de Doutor em Filosofia e História da Educação.

1961
Foi-lhe conferido o título de Livre Docente da Faculdade de Belas Artes. Tendo perdido o cargo de docente desta Escola, foi nomeado Professor Assistente de Ensino Superior, de Filosofia, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da Universidade do Recife.

1962
Cria e foi o primeiro Diretor do Serviço de Extensão Cultural, da Universidade do Recife.

1963
Realiza a Experiência de Alfabetização de Angicos/RN. Cria as bases do Programa Nacional de Alfabetização, do Governo João Goulart.

1964
Golpe Militar extingue o Programa Nacional de Alfabetização.
Prisão no Recife.
Asilo na Embaixada da Bolívia, no Rio de Janeiro.
Em setembro parte para a Bolívia.
Em novembro segue para o Chile.

1965
Publica o livro Educação Como Prática da Liberdade.

1967 a 1968
Escreve no Chile o livro Pedagogia do Oprimido.

1969
Muda-se para Cambridge, Massachussetts, USA.

1970
Transfere-se para Genebra, Suíça, para trabalhar no Conselho Mundial das Igrejas, passa a “andarilhar” pelos cinco continentes.

1971
Funda, com outros exilados, o Instituto de Ação Cultural (IDAC), em Genebra. dedica-se de modo especial ao trabalho de educação em alguns países africanos.

1979
Obtém seu primeiro passaporte e visita São Paulo, Rio de Janeiro e Recife.

1980
Retorna ao Brasil, para lecionar na PUC/SP e na Unicamp.

1981
Participa da fundação do Vereda - Centro de Estudos em Educação, em São Paulo.

1982
Publica A importância do ato de ler em três artigos que se completam, livro que mereceu, em julho de 1990, o “Diploma de Mérito Internacional”, concedido pela “International Reading Assocition”, na Suécia.
Deste ano até 1992, escreve os “livros falados”, isto é, livros nos quais, estimulado por outros educadores, narrava a sua vida e explicitava as suas reflexões.

1986
Recebe o Prêmio UNESCO da Educação para a Paz.
No dia 24 de outubro morre sua primeira esposa, Elza Maia Costa de Oliveira.

1987
Passa a integrar o júri internacional da UNESCO, que escolhe e premia as melhores experiências de alfabetização do mundo.

1988
No dia 27 de março, casa-se em cerimônia religiosa, no Recife, com Ana Maria Araújo Hasche e, em 19 de agosto, em cerimônia civil, quando ela passa a assinar Freire.

1989
Assume o cargo de Secretário de Educação da cidade de São Paulo.

1991
Afasta-se da SMEd-SP para escrever livros. Retorna a lecionar na PUC/SP. Demite-se da UNICAMP.

1988 a 1997
Volta depois de 10 anos a escrever livros autorais: Pedagogia da Esperança. Cartas a Cristina: reflexões sobre a minha vida e minha práxis. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. Política e educação. À sombra desta mangueira e Pedagogia da Autonomia, além de outros com diversos educadores. e inúmeros artigos e conferências.

Faleceu no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 02 de maio, vítima de um infarto agudo do miocárdio. Deixou 5 filhos e viúva.

Paulo Freire participou durante a sua vida de fóruns e debates. Realizou milhares de palestras e conferências. Deu pareceres sobre os mais diversos assuntos. Concedeu entrevistas para jornais, revistas e televisão. Envolveu-se nos movimentos sociais progressistas, entre muitas outras atividades como militante e como intelectual. Recebeu prêmios, títulos e homenagens em todo o mundo, entre estas 39 títulos de Doutor Honoris Causa, dos quais 5 entregues à sua viúva.
A partir de 2000, a sua viúva Ana Maria Araújo Freire, na qualidade de sucessora legal da obra de Paulo Freire, organizou seus textos inéditos, nomeou-os e publicou na “Série Paulo Freire”, da qual é diretora: Pedagogia da Indignação, Pedagogia dos Sonhos Possíveis e Pedagogia da Tolerância.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

1º PARTE – PAULO FREIRE – BIOGRAFIA.


QUEM FOI PAULO FREIRE?




Foi um educador e filósofo brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. Autor de “Pedagogia do Oprimido”, um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.

BIOGRAFIA E PRIMEIROS TRABALHOS





Paulo Freire nasceu em 19 de setembro de 1921 em Recife. Filho de Joaquim Temístocles Freire, capitão da Polícia Militar de Pernambuco e de Edeltrudes Neves Freire, Dona Tudinha, Paulo teve uma irmã, Stela, e dois irmãos, Armando e Temístocles.A irmã Stela foi professora primária do Estado. Armando, funcionário da Prefeitura da Cidade do Recife, abandonou os estudos aos 18 anos, não chegou a concluir o curso ginasial. Temístocles entrou para o Exército.

Freire entrou para a Universidade do Recife em 1943, para cursar a Faculdade de Direito, mas também se dedicou aos estudos de filosofia da linguagem. Apesar disso, nunca exerceu a profissão, e preferiu trabalhar como professor numa escola de segundo grau lecionando língua portuguesa. Em 1944, casou com Elza Maia Costa de Oliveira, uma colega de trabalho.
Em 1946, Freire foi indicado ao cargo de diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social no Estado de Pernambuco, onde iniciou o trabalho com analfabetos pobres. Também nessa época aproximou-se do movimento da Teologia da Libertação.
Em 1961 tornou-se diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife e, no mesmo ano, realizou junto com sua equipe as primeiras experiências de alfabetização popular que levariam à constituição do Método Paulo Freire. Seu grupo foi responsável pela alfabetização de 300 cortadores de cana em apenas 45 dias. Em resposta aos eficazes resultados, o governo brasileiro (que, sob o presidente João Goulart, empenhava-se na realização das reformas de base) aprovou a multiplicação dessas primeiras experiências num Plano Nacional de Alfabetização, que previa a formação de educadores em massa e a rápida implantação de 20 mil núcleos (círculos de cultura) pelo País.
Em 1964, meses depois de iniciada a implantação do Plano, o golpe militar extinguiu esse esforço. Freire foi encarcerado como traidor por 70 dias. Em seguida passou por um breve exílio na Bolívia e trabalhou no Chile por cinco anos para o Movimento de Reforma Agrária da Democracia Cristã e para a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação. Em 1967, durante o exílio chileno, publicou no Brasil seu
primeiro livro, Educação como Prática da Liberdade, baseado fundamentalmente na tese Educação e Atualidade Brasileira, com a qual concorrera, em 1959, à cadeira de História e Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade do Recife.
O livro foi bem recebido, e Freire foi convidado para ser professor visitante da Universidade de Harvard em 1969. No ano anterior, ele havia concluído a redação de seu mais famoso livro, Pedagogia do Oprimido, que foi publicado em várias línguas como o espanhol, o inglês (em 1970) e até o hebraico (em 1981). Em razão da rixa política entre a ditadura militar e o socialismo cristão de Paulo Freire, ele não foi publicado no Brasil até 1974, quando o general Geisel assumiu a presidência do país e iniciou o processo de abertura política.
Depois de um ano em Cambridge, Freire mudou-se para Genebra, na Suíça, trabalhando como consultor educacional do Conselho Mundial de Igrejas. Durante esse tempo, atuou como consultor em reforma educacional em colônias portuguesas na África, particularmente na Guiné-Bissau e em Moçambique.
Com a Anistia em 1979 Freire pôde retornar ao Brasil, mas só o fez em 1980. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores na cidade de São Paulo, e atuou como supervisor para o programa do partido para alfabetização de adultos de 1980 até 1986. Quando o PT venceu as eleições municipais paulistanas de 1988, iniciando-se a gestão de Luiza Erundina (1989-1993), Freire foi nomeado secretário de Educação da cidade de São Paulo. Exerceu esse cargo de 1989 a 1991. Dentre as marcas de sua passagem pela secretaria municipal de Educação está a criação do MOVA- Movimento de Alfabetização, um modelo de programa público de apoio a salas comunitárias de Educação de Jovens e Adultos que até hoje é adotado por numerosas prefeituras (majoritariamente petistas ou de outras orientações de esquerda) e outras instâncias de governo.
Em 1986, sua esposa Elza morreu. Dois anos depois, em 1988, o educador casou-se com a também pernambucana Ana Maria Araújo, conhecida pelo apelido "Nita", que além de conhecida desde a infância era sua orientanda no programa de mestrado da PUC-SP.
Em 1991 foi fundado em São Paulo o Instituto Paulo Freire, para estender e elaborar as idéias de Freire. O instituto mantém até hoje os arquivos do educador, além de realizar numerosas atividades relacionadas com o legado do pensador e a atuação em temas da educação brasileira e mundial.
Freire morreu de um ataque cardíaco em 2 de maio de 1997, às 6h53, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a complicações em uma operação de desobstrução de artérias.
A Justiça Federal, no Fórum Mundial de Educação Profissional de 2009, realizado em Brasília, fez o pedido de perdão post mortem à viúva e à família do educador, assumindo o pagamento de "reparação econômica".



Fonte: Paulo Freire



O educador e filósofo Paulo Freire, se estivesse vivo, completaria 90 anos em 2011




Paulo Freire: Um homem ímpar
 

O educador e filósofo Paulo Freire, se estivesse vivo, completaria 90 anos em 2011. Com seu método revolucionário de alfabetização foi, de forma articulada, com método, rigor científico, compromisso social e político, o primeiro neste país a enfrentar o flagelo da ignorância e da falta de oportunidade. Com sua vontade e seu propósito, Freire não apenas ensinou a ler as letras do alfabeto, mas deu significado à leitura, uma função social.

Paulo Freire chamou homens e mulheres que não tinham nenhuma esperança de participar ativamente da dinâmica cívica, por falta total de informação, para uma situação de protagonismo social.  E foi além. Ensinou a escrever formando senso crítico, estimulando a formação da opinião e a criticidade. É a partir deste movimento que o Brasil percebe a necessidade de criar uma política de combate ao analfabetismo. Ele mesmo dizia que a escolarização era um forte elemento para a formação da consciência do cidadão.
Autor de “Pedagogia do Oprimido”, um método de alfabetização dialético, se diferenciou dos intelectuais de sua época por voltar-se ao diálogo com as pessoas simples, não apenas como método de instrução, mas sobretudo  como um meio de exercer a democracia em sua plenitude.
E é neste ponto que Paulo Freire se mostra contemporâneo e atual. Foi Paulo Freire quem quebrou no Brasil o estigma de que não é preciso ter berço, ou dinheiro, ou posição social para ter acesso às escolas. Quando atualmente presenciamos os indígenas tendo acesso ao ensino superior, ou os negros ocupando vagas por cotas, ou ainda as populações do interior deste país tendo acesso às Universidades Federais, é importante olhar pra trás e enxergar que a semente foi plantada por este ilustre Pernambucano.
Sendo um homem ímpar, profundo conhecedor de filosofia e de educação, Paulo Freire começou a dedicar-se à educação de jovens e adultos em 1962, quando realizou junto com sua equipe as primeiras experiências de alfabetização popular que levariam à constituição do Método Paulo Freire. Seu grupo foi responsável pela alfabetização de 300 cortadores de cana em apenas 45 dias. Em resposta aos eficazes resultados, o presidente João Goulart, que empenhava-se na realização das reformas de base, aprovou a multiplicação dessas primeiras experiências num Plano Nacional de Alfabetização, que previa a formação de educadores em massa e a rápida implantação de 20 mil núcleos pelo País.
A obra e o legado de Paulo Freire serão revistos e revisitados durante o ano de 2011. A primeira ação oficial será uma sessão solene realizada na Câmara dos Deputados em Brasília no dia 8 de abril, a pedido do nosso mandato. É importante reforçar a importância deste homem para a concretização do processo democrático brasileiro.
Afinal, não seria LULA a mais legítima expressão do processo pedagógico dos oprimidos? Paulo Freire tem sua “culpa” nisso. Ensinou pessoas simples a levantar o olhar, encarar a vida, buscar o conhecimento e fortalecer a auto-estima. Contribuiu para formar uma intelectualidade orgânica no mais fundo sentido gramisciano....
Fernando Ferro, deputado federal PT/PE e membro do Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo.